Tarefa assíncrona 4

As atividades constantes deste projeto resultam da frequência da ação de formação “Desinformação: Contexto, problemas e ações. O papel da escola na prevenção deste fenómeno”, que abriu portas para muitas viagens na autoestrada digital numa descoberta permanente de recursos variados uns mais informativos, outros com potencialidades de implementação na sala de aula e outros inspiradores de novas criações.  Um dos documentos fundamentais subjacentes à reflexão efetuada e à definição dos objetivos a atingir com as atividades a virem a ser criadas foi o Referencial de Educação para os Media, do qual se transcrevem os seguintes tópicos, essenciais neste contexto:

3. “A difusão das redes e plataformas digitais, bem como da aplicação da Inteligência Artificial ao campo mediático e informativo, alteraram significativamente aquilo que designamos como ecossistema informativo e comunicacional. A complexificação da experiência que nesse novo ecossistema se desenvolve comporta desafios, riscos e oportunidades, que requerem novos conhecimentos e competências, trabalhados de forma sistemática na escola, de modo a reduzir as desigualdades das condições e dos recursos de acesso e de uso”

4. Os media como representação do social

Aquilo que os media produzem e disponibilizam aos seus públicos, tanto na informação, como na ficção, na publicidade ou no entretenimento, reflete, em alguma medida, a realidade social, mas também é, necessariamente, um modo de ver e enunciar essa realidade e, consequentemente, um ‘texto’ a ler e interpretar. Neste papel revelam-se críticos os valores da liberdade, da diversidade e do pluralismo e os direitos e deveres de cidadania face aos media.

5. Papel do jornalismo e desafio da desinformação

Num mundo global, a informação sobre o que se passa à nossa volta é vital. O jornalismo ocupa-se da atualidade: não apenas contar e relatar, mas também contextualizar, interpretar, investigar, questionar, selecionar e verificar. Os condicionalismos e desafios a que está sujeita esta atividade e as transformações que advêm de pressões internas e externas têm levado a questionar o seu papel que, no entanto, continua a ser reconhecido como crucial para a vida social e para as democracias. Neste quadro, merecem atenção acrescida na formação dos cidadãos as práticas de abuso da informação enviesada, incompleta ou falsa, orientada para a manipulação das pessoas e a exacerbação de posições polarizadas, e em muitos casos associadas a fenómenos de populismo, negacionismo e de visões conspirativas.” (pág. 12)

in https://cidadania.dge.mec.pt/sites/default/files/pdfs/referencial-epm-versaoatualizada-12dez2023.pdf,

Ser um cidadão digital pressupõe, então, conhecer e exercer os respetivos direitos digitais. A «Declaração Europeia sobre os direitos e princípios digitais para a década digital», proposta pela Comissão Europeia, entre outros direitos propostos, estipula que “As crianças e os jovens devem poder fazer escolhas seguras e informadas e expressar a sua criatividade no ambiente em linha”. Isto significa que, tendo consciência de que os jovens desenvolvem uma identidade social  e formam as suas perspetivas sobre o mundo a partir da informação que recebem nesse mundo digital onde se movem permanentemente,  estes são confrontados com uma multiplicidade de informações, algumas das quais úteis e esclarecedoras e outras falsas, enganosas e manipuladoras. No século XXI, grande parte desta informação está disponível em linha ou é comunicada através das redes sociais, o que significa que é transmitida de forma muito mais rápida e com um enorme alcance.

Sabendo que a desinformação pode prejudicar os indivíduos, os grupos e a sociedade, pondo em causa a liberdade, o espírito crítico e os valores democráticos, é necessário que a escola não feche os olhos a esta realidade em  que informações falsas e opiniões são promovidas como factos e como «a verdade» e atue para minimizar as consequências deste problema que já são assustadoras, a dois níveis: combate e prevenção.

O projeto está organizado em três fases com várias atividades.

A primeira é mais longa e nela são apresentadas diversas atividades com o propósito de alertar os jovens para os perigos da desinformação, dar-lhes estratégias para a combater e desenvolver o seu espírito crítico. Assim, abordam-se conteúdos diversos, como os tipos de desinformação, as motivações de quem produz as inverdades e as consequências, as estratégias para criar seguidores e crentes, as regras para analisar a informação que se recebe, os verificadores de informação em linha.

Na segunda, pretende-se que os alunos desenvolvam um projeto de combate à desinformação para apresentar à comunidade escolar, aplicando, assim, muito do conhecimento que trabalharam na fase anterior.

Na última, apresenta-se o “Muro da Verdade” e mobiliza-se a comunidade educativa na sua atualização