
A desinformação é um enorme problema da sociedade atual. Alguns rankings colocam-na no topo de uma tabela, logo após conflitos entre estados, fenómenos meteorológicos extremos e confrontos geoeconómicos. Isto justifica por si só o interesse pelo tema.
Este interesse aumenta quando se constata que esta desinformação circula sobretudo através das redes sociais, que são o veículo de informação preferido pelos jovens, o que significa que serão estes as suas principais vítimas, e que as ameaças à democracia são uma realidade cada vez mais forte e generalizada.
RECURSOS
Internet matters
Site com informação, atividades, recursos e bibliografia, organizados por idade para fácil aplicação nas escolas
The conspiracy chart
Diagrama: da realidade à distorção e à completa invenção. Não conhecia e é um recurso que vou explorar com alunos e colegas.
Formação (inglês)
Evaluating Online Sources: Checking Facts and Identifying Misinformation
Mind Over Media
Espaço sobre propaganda: o que é? como identificá-la? ver exemplos; adicionar exemplos.
Outros Dados
Uma pesquisa breve sobre o tema conduziu-me a esta página e a este diagrama que mostra o fenómeno da desinformação nos lugares cimeiros dos riscos em 2025, o que é assustador e alerta para a premente necessidade de agir
"A guerra é o maior risco global para 2025
A desinformação é vista mesmo como principal risco a curto prazo (dois anos), confirmando a tendência já do ano anterior. Pode gerar dúvida sobre comunidades ou sobre políticos e países, sobre o que se passa numa zona de conflito, criar conflitos, afectar o comportamento dos eleitores..."
https://www.publico.pt/2025/01/15/azul/noticia/guerra-maior-risco-global-2025-2118794

in Público

Esta rede confirma bem o peso da desinformação na sociedade atual, associada a outros problemas já existentes e relativamente aos quais várias ações têm sido realizadas: a ciberespionagem, o mau uso da IA, a censura e vigilância...
Repare-se que a dimensão da desinformação é idêntico ao da polarização social...
Diagrama das teorias da conspiração - interativo
Estar bem informado
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Seja crítico consigo e com a informação que consulta ou recebe. Responsabilize-se por si próprio e não confie cegamente;
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Distinga a opinião de alguém ou de uma entidade da verdade dos factos e da verdadeira informação;
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Não se deixe levar pelos seus próprios medos, convicções e aspirações. Se se sentir inseguro relativamente a determinado tema, é natural que acabe por aceitar qualquer proposta de explicação que lhe possam dar. Cuidado, porém, pode ser um embuste.
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Averigue a fonte da notícia ou conteúdos que recebe, autoria, data e contexto. Nunca se fique apenas pelos títulos. Verifique se aquele autor existe mesmo. Seja rigoroso na leitura;
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Se a mensagem lhe chega num post de facebook, aceda ao link antes de o partilhar sem ler;
Faça uma pesquisa breve na net sobre os termos chave dos conteúdos para averiguar como estão a ser tratados noutras plataformas, nomeadamente as de reputação mais credível;
Os posts de facebook vêm habitualmente acompanhados do icon i, onde pode clicar para obter mais detalhes daquela partilha em particular;
A própria plataforma de facebook deixa um conjunto de alertas e boas práticas para se evitar os riscos de dispersar mensagens falsas. Consulte-a diretamente aqui -
Procure as plataformas de averiguação de noticiário e fact-check. Há diversas (muitas ligadas a órgãos de comunicação social com interesse em valorizar a qualidade da informação) a que pode recorrer para ter mais confiança no que lê. Em Portugal, pode aceder ao Poligrafo mas há outras como:
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Projeto Prova dos Factos do Público;
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FactCheck.org;Agência Lupa ou Fato ou Fake (ambas do Brasil)
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CheckNews de Libération (França).
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Procure falar com entendidos que possam conhecer o tema dos conteúdos a que acede. A própria internet, por exemplo, pode oferecer-lhe esta oportunidade. Desde que - mais uma vez – tenha modo de confirmar a identidade de quem está do outro lado.
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Saiba mais detalhes sobre este fenómeno da desinformação no Centro Internet Segura, um projeto que resulta do consórcio coordenado pela Fundação para a Ciência e a Tecnologia e que reúne um conjunto de alertas a ter em conta.
Como pode o digital ajudar
Artigo em inglês que nos faz refletir sobre o modo como, involuntariamente, não só somos enganados mas contribuímos para o agravamento do problema da desinformação, replicando-a, como gradualmente começamos a acreditar em algo que gerou o nosso ceticismo inicialmente e como a indústria da desinformação conhece muito bem todas as tendências e fragilidades do ser humano e o efeito de verdade ilusória é difícil de evitar.
Portanto, algumas ideias a reter:
- o ser humano
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torna-se vulnerável à desinformação;
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partilha desinformação sem ter disso consciência;
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é com frequência cognitivamente preguiçoso.

O artigo termina com um resumo do seu conteúdo e sugestões de leitura para aprofundamento (Haja tempo!)
Summary
What is it
The illusory truth effect describes how, when we are repeatedly exposed to misinformation, we are more likely to believe that it’s true.
Why it happens
The main reason for the illusory truth effect is processing fluency: when something is easy to process (as familiar information is), we tend to assume that means it is accurate.
Example 1 – The body temperature of a chicken…
When people had previously been exposed to the incomplete sentence “the body temperature of a chicken,” they were more likely to endorse any completed version of this statement, filled in with an arbitrary number.
Example 2 – Illusory truth and hydroxychloroquine
In the early months of the global coronavirus pandemic, US president Donald Trump frequently talked about the drug hydroxychloroquine as a potential cure for COVID-19. These claims were repeated so often that many people continue to believe them, even after clinical evidence has contradicted them.
How to avoid it
Critical thinking and fact-checking are the best lines of defense against the illusory truth effect.